As brasileiras que se declaram brancas e têm mais tempo de estudo são
as mulheres que menos têm filhos, segundo a Síntese dos Indicadores
Sociais, divulgada nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa de fecundidade, ou seja, a média do número de filhos por
mulher, foi de 1,94 em 2009. Apesar da alta em relação a 2008 quando o
número era 1,89, o IBGE garante que a tendência permanece de queda. A
pesquisa mostra que o Brasil já atinge patamares europeus. De acordo com
dados da Organização Mundial de Saúde, a taxa de fecundidade na França,
em 2008, foi de 1,9 e no Reino Unido, no mesmo ano, de 1,8. Em 1980, a
média brasileira era de 4 filhos por mulher.
De acordo com Ana Lúcia Saboia, gerente de indicadores sociais do
IBGE, os dados indicam uma mudança no comportamento da brasileira. "A
nupcialidade está sendo postergada. O casamento não é mais central na
vida da mulher. Agora ela pensa em se formar, em ter um trabalho.
Podemos ver que a fecundidade por nível de instrução diminui bastante",
afirma.
Fator educacional.
As mulheres com até sete anos de estudo têm em média 3,19 filhos,
enquanto as mulheres com oito ou mais anos de estudo (ensino
fundamental) têm média de 1,6. Além da escolaridade, o fator da raça ou
cor também apresenta diferença. As mulheres que se declaram pretas ou
pardas têm 2,2 filhos em média. Já as que se declaram brancas têm média
de 1,63.
De acordo com Ana Lúcia, esse é um dos fatores que refletem a
desigualdade racial do país. "A maioria das pessoas que têm menor
rendimento no país se declara de cor preta ou parda. Existe uma
correlação direta entre escolaridade, renda e cor. No Brasil isso ainda é
muito flagrante", explica.
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