RC vê ato político em ‘Caravana da Saúde’, crítica Ricardo Marcelo e órgãos que partidarizam saúde

O governador Ricardo Coutinho (PSB) criticou nesta quinta-feira (07) a atuação dos deputados da oposição na ‘Caravana da Saúde’ que fiscalizou recentemente o Hospital de Trauma e o Arlinda Marques em João Pessoa. “Eu só posso ter uma olhar de lamentação. Porque não são visitas que visam melhorar a saúde, todo mundo sabe disso, são visitas eivadas de cunho eleitoreiro”, argumentou.

Coutinho questionou porque os deputado não entram num hospital privado, nem municipal. “Prestem atenção. Talvez comessem a procurar agora (esses hospitais), porque eu estou dizendo isso aqui, mas é verdade, você sabe disso. Todo mundo sabe disso”, frisou.

Para o governador a ação é orquestrada com um claro interesse de dividendos eleitoreiro e conta com o apoio e a orientação do presidente da Assembleia Legislativa (ALPB), Ricardo Marcelo (PEN).

“Como um Poder Legislativo, com ordem superior lá do Poder, não tenho a menor dúvida também, articula ônibus, imprensa, toda a estrutura e alguns deputados, já que a grande maioria não foi. A nossa bancada não foi, e nós somos maioria, não foi avisada que teria uma inspeção, por exemplo, no Trauma. E chegam lá tentando criar um caso, porque no dia anterior o governo do estado tinha inaugurado a segunda etapa do Centro de Convenções. E não se iludam amanhã vão tentar outro caso, por conta da ordem de serviço do trevo de Mangabeira”, acredita Coutinho.

O governador argumenta que toda a disputa não visa de fato melhorar a saúde do estado. “Porque se assim fosse o deputado não entraria no setor de doença infecto-contagiosa do Trauma de palitó, e depois sairia para os outros setores. Esse deputado sendo médico, eu nunca vi isso na minha vida, sem a menor responsabilidade com que estava lá dentro. Fotografando pacientes, desrespeitando pacientes. Ou então entrando no Arlinda Marques para ir busca de fatos de crianças, onde as crianças estavam sendo atendidas”, ressaltou.

Crítica a Prefeitura - Coutinho aproveitou a visita dos deputados ao Arlinda Marques para criticar a Prefeitura de João Pessoa. Segundo o governador, a grande maioria das crianças que estão hoje no Arlinda Marques, estão porque a média complexidade não funciona em João Pessoa.

“Eu fui prefeito eu reformei o hospital do Valentina para ser hospital pediátrico, nunca funcionou como tal. Eu reformei, inaugurei em março, se não me falha a memória, e sai. E aí não funcionou como era para funcionar e como é para funcionar. Você vai chegar hoje no Arlinda Marques e vai ver criança tomando nebulização. Como (isso pode acontecer) num hospital de alta complexidade que existe para fazer cirurgia cardíaca em criança. Já fizemos quase 200 cirurgias cardíacas, estamos fazendo em quase 80% das crianças que nascem na Paraíba”, informou.

O governador também considerou negativa a atuação de órgãos que partidarizam a questão da saúde. Apesar de não mencionar, Coutinho insinua a participação do Ministério Público do Trabalho e do Conselho Regional de Medicina. “Eu lamento também que alguns órgãos estejam sendo usados de uma forma partidarizada. Porque é isso que se vê, claramente vemos a atuação de alguns órgãos buscando partidarizar, o que não é novidade em nossa Paraíba. Eu acho que é preciso ter muito cuidado nesse momento, porque a população está vendo tudo. E ao mesmo tempo a população está vendo as melhorias que estão sendo feitas. E a diferenças que existem em relação aos anos anteriores. Alguns anos atrás líamos manchetes onde o Ministério Público,a Justiça mandava fazer cirurgia, essas manchetes desapareceram ou diminuíram, porque nós estamos indo em busca das crianças para fazer as cirurgias”, asseverou.

Papel dos deputados – Coutinho ainda frisou o que considera que deveria ser o papel dos deputados e da Casa Legislativa. “Porque não cobram da União um repasse efetivo, já que a Paraíba é pior estado em termos de recebimento de recursos. Porque não discutem porque os municípios não repassam a sua parcelas que pertencem ao Estado e prendem essa parcel. O estado investe R$ 56 milhões por mês e recebe R$ 4 milhões a cada mês. Como pode ter um desequilíbrio como esse?”, finalizou.

Da Redação

com Paulo Dantas/Adelton Alves