Chip certifica origem de caprinos e ovinos

Um rebanho de 3.500 animais, entre caprinos e ovinos, na Paraíba, terá todas as suas informações genéticas e de criação dentro de um chip. A tecnologia vai agregar valor à carne dos animais e garantir segurança alimentar, o que também concorre para o aumento de seu consumo. O sistema é da Espanha e está sendo adaptado na Paraíba em um convênio entre o Sebrae, através do Projeto Aprisco,  e a Emepa. Os investimentos do projeto-piloto serão feitos pelo Sebrae, no valor em torno de R$ 22 mil.

O analista técnico do Sebrae, Jucieux Pereira,  explica que o chip será inserido nos animais via oral, por meio de um dispositivo que dispara o material, permanecendo instalado no corpo do animal até o momento do abate. Cada chip custa em torno de 2,5 euros e será implantado em animais de rebanhos privados e das instituições de pesquisas do Estado.

“Esse chip vai funcionar como um certificado de procedência do animal, onde é possível rastrear informações genéticas e até de localização, diminuindo os riscos de seu consumo e agregando valor à carne. As entidades envolvidas nessa tecnologia e os empresários terão acesso às informações por meio de um site na internet”, explica ele.

O analista afirmou que, no ano passado, uma missão técnica brasileira esteve na Espanha para conhecer novas tecnologias e, com a realização do 1° Fórum de Cooperação Técnica Brasil-Espanha, nesta semana, a proposta foi apresentada aos empresários. De acordo com o representante do Ministério da Agricultura da Espanha, Emilio Garcia Muro, a tecnologia é utilizada no país desde a década de 90 em 17 comunidades.

O sistema espanhol funciona através de radiofreqüência e uma vez o transponder ingerido pelo animal, uma espécie de palm-top cadastra o ovino ou o caprino com um código único para todo o território da Espanha.

De acordo com Jucieux Pereira, o projeto pretende formalizar o setor da ovinocaprinocultura.  “A maior parte dos produtores é informal e isto é um grande entrave para o crescimento da atividade. A partir do momento que esta tecnologia começar a dar resultados, pois quem utilizar vai ter mais aceitação de seus rebanhos na venda, mais produtores vão se interessar em investir”.

Avanço estimula exportações

O analista também afirma que o avanço tecnológico poderá, a longo prazo, incentivar as exportações da carne de ovinos e caprinos. Entretanto, ele frisa que ainda é cedo para chegar a este ponto. “Nossa produção só é comercializada no Estado, mas com o fim das barreiras de riscos de higiene e sanitários, a situação deve mudar”.

O preço do corte mais nobre da carne de ovinos e caprinos custa de R$ 18 a R$ 20, em média, o quilo, mas o valor pode subir, ao passo que sua aceitação aumentar. “No Rio de Janeiro, por exemplo, tem restaurante vendendo o quilo por R$ 89, mas é o mercado que vai ditar o preço”.

C.P