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sábado, 10 de agosto de 2013

Bem-estar de caprinos e ovinos: conceitos

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Os caprinos são animais dóceis, que interagem com os humanos e apresentam comportamento peculiar: gostam de caminhar, ficar na posição bipedal e são curiosos por natureza!
Já os ovinos, também dóceis, são mais reservados com relação à interação com humanos e preferem pastar com a cabeça baixa!
Ótimo, diriam alguns, mas isso não tem nada a ver com a criação comercial! Será?
Que os animais devem receber água e alimento, para se manterem saudáveis, todo mundo sabe. Que eles devem ter espaço suficiente e estar adaptados às condições climáticas e ao local onde são criados também... Além disso, eles devem ser tratados com respeito, sem serem sujeitados a dor, desconforto ou estresse...
Os cinco direitos dos animais...
Os cuidados com o bem-estar animal são direcionados para que a busca pelo aumento da produção de alimento e a necessidade da diminuição do custo de produção sejam mais éticos e propiciem produtos de qualidade e provenientes de animais que tenham suas necessidades respeitadas.Estes cuidados não são apenas a forma correta de tratar os animais: são abordados em legislação e, portanto, caso o produtor não os cumpra, pode ser penalizado.
Mas antes de falar em penalização, vamos começar do início...
A produção animal é uma atividade antiga e os caprinos e ovinos, particularmente, acompanham os humanos há milhares de anos. Ao longo dos tempos a produtividade aumentou, graças a avanços no conhecimento da criação dos animais, mas também pela alteração na forma com que foram selecionados naturalmente, para estarem mais aptos e adaptados.
A produção comercial de caprinos e ovinos objetiva principalmente a obtenção de carne, leite e outros produtos com possibilidade de comercialização, como a pele e o esterco, por exemplo.
Trabalhos na área de etologia - que é o estudo do comportamento animal, e do bem estar animal indicam que animais que tem seu bem-estar e comportamento respeitados são mais saudáveis, produzem mais, tanto em termos de quantidade como de qualidade.
Um exemplo é a relação direta entre a existência de problemas debilitantes, como claudicações devido a crescimento excessivo dos cascos, ou a existência de doenças que afetem a saúde do úbere em cabras e a redução significativa da produção de leite, assim como da sua qualidade, relatada em alguns estudos.
Mas qual é o conceito de bem-estar animal?
Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal o bem estar expressa como o animal está se ajustando às condições em que vive. Boas condições de bem estar estão relacionadas a animais saudáveis, confortáveis, bem nutridos, seguros e com comportamento normal.
Mas em suma, animais produtivos!

O início

Até a década de 60 do século passado a produção animal era pouco tecnificada e com baixa intensificação.
Com os avanços técnicos e a necessidade de produzir cada vez mais, alguns aspectos ficaram em segundo ou terceiro plano: é o caso do bem-estar animal.
As mudanças neste assunto começaram com o Relatório Técnico Brambell sobre um sistema de criação intensivo, em Londres, em dezembro de 1965. Este relatório estabelecia que os animais de produção deveriam receber cuidados específicos para garantir seu bem estar, uma lista de cuidados conhecida como “As 5 liberdades de Brambell’s”. Como resultado direto deste relatório foi montado um comitê parta cuidar destas questões. Em 1979 o Farm Animal Welfare Council publicou um texto próximo ao que é utilizo atualmente.
Os direitos dos animais
Segundo o Farm Animal Welfare Council, FAWC (2011), o bem estar animal, seja de animais de Produção, em transporte, na comercialização ou mesmo no local de abate, deve ter direito às denominadas 5 liberdades, que lhes garanta uma vida sem sofrimento desnecessário. Este conceito define padrões do que é aceitável em termos de respeito ao bem estar. As 5 liberdades formam um sistema para garantir uma cadeia de produção segura:
  • Animais livres de fome e sede – os animais devem ter acesso a água fresca e de boa qualidade e uma alimentação que permita sanidade e vigor; o dimensionamento e espaço de cochos e bebedouros é importante;
  • Animais livres de desconforto - os animais devem ser mantidos em ambiente apropriado, limpo e seco, com sombra e área de descanso; o ambiente térmico deve ser adequado, com cuidado com vento, calor e umidade excessivos; o espaço para os animais confinados deve permitir não apenas a acomodação de todos os animais, mas também que se esquivem de brigas;
  • Animais livres de dor, lesões ou doenças – prevenção de doenças e animais diagnosticados e tratados, quando for o caso; atenção para as doenças e disfunções características de animais de alta produção ou sobrealimentados, como a acidose, a mastite ou a urolitíase, por exemplo;
  • Animais livres para expressar seu comportamento característico – os animais devem ter espaço suficiente, em condições apropriadas, e estar próximos a outros animais (espécies gregárias); o enriquecimento ambiental é importante, sobretudo para animais confinados ou semi confinados;
  • Animais livres de medo e estresse – assegurar aos animas condições e manejo que evitem estresse; o manejo com separação por categorias e um bom tratador são muito importantes; o animal deve estar seguro do ataque de predadores.
  • Estes conceitos já são exigidos pelo mercado europeu.
No Brasil, a Instrução Normativa nº 56 (IN56) de 6 de novembro de 2008, estabeleceu as “Recomendações de Boas Práticas de Bem-Estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico – REBEM”, abrangendo os sistemas de produção e o transporte.
Segundo a IN56 devem ser observados os princípios para a garantia do bem estar animal, transcritos abaixo:
  • Proceder ao manejo cuidadoso e responsável nas várias etapas da vida do animal, desde o nascimento, e durante a criação e transporte;
  • Possuir conhecimentos básicos de comportamento animal a fim de proceder ao adequado manejo;
  • Proporcionar dieta satisfatória, apropriada e segura, adequada às diferentes fases da vida do animal;
  • Assegurar que as instalações sejam projetadas apropriadamente aos sistemas de produção das diferentes espécies, de forma a garantir a proteção, a possibilidade de descanso e o bem-estar animal;
  • Manejar e transportar os animais de forma adequada para reduzir o estresse e evitar contusões e o sofrimento desnecessário;
  • Manter o ambiente de criação em condições higiênicas.
Ou seja, é obrigatório e as exigências brasileiras e internacionais nem são tão diferentes assim... É a aplicação das 5 liberdades...
Assim, os aspectos legais, com relação ao público consumidor e os aspectos técnicos devem ser observados.
O impacto econômico
Para muitos, o bem-estar dos animais e a alta produtividade são antagônicos, porém, estudos têm demonstrado que o estresse excessivo e a falta de condições adequadas de alojamento e manejo dos animais têm efeito negativo na produtividade e na qualidade dos alimentos. Equilíbrio pode ser a palavra chave...
Não podemos perder o foco na produção de alimentos, mas precisamos estar atentos à evolução do mercado: atualmente é - e cada vez mais será - importante ter uma produção sustentável (ambientalmente limpa, socialmente justa e economicamente viável) e os alimentos produzidos sem maus tratos aos animais e de forma saudável e sem estresse, ou seja, respeitando o bem-estar animal...
De acordo com o professor Mateus Paranhos da Costa, referência do comportamento e bem estar animal no Brasil, os conceitos de PRODUTIVIDADE, QUALIDADE e MERCADO estão relacionados ao bem-estar dos animais.
Ele dá um exemplo com cordeiros: um ovinocultor baseado apenas no critério do funcionamento biológico poderia concluir que o bem-estar de um grupo de cordeiros confinados, com alta restrição de espaço, é bom porque eles estão sendo bem alimentados, apresentam bom desenvolvimento e estão livres de doenças e injúrias.
Mas este ponto de vista ignora totalmente a psicológica dos cordeiros e a necessidade deles expressarem seus comportamentos naturais. Outros poderiam concluir que de fato o bem-estar desses cordeiros está criticamente ameaçado porque eles mostram sinais de frustração e desconforto.
Ou seja, em condições de mais conforto estes cordeiros poderiam expressar melhor seu potencial e talvez apresentar um maior ganho de peso!
Alguns estudos mostram que os consumidores em todo o mundo começam a exigir produtos que sejam "limpos, verdes e éticos", onde se preconiza o uso de práticas que minimizem ou evitem completamente tratamentos químicos e hormonais nos animais, preservando a saúde humana, o meio ambiente e que não comprometam o bem-estar dos animais. Consumidores também demonstram de uma forma cada vez mais evidente uma preocupação ética em relação à forma como as espécies de produção são mantidas, podendo inclusive se recusar a comprar ou a consumir produtos resultantes de certas práticas agropecuárias. Como a qualidade do alimento é hoje um assunto dos mais relevantes, tem gerado novas oportunidades de agronegócio.
Ainda, outro aspecto a ter em linha de conta é a legislação, que deve sofrer constante atualização em resposta às novas descobertas científicas e preocupações éticas da sociedade.
Se você pretende produzir caprinos ou ovinos e comercializar os seus produtos, o bem-estar dos animais já é uma necessidade!
Anamaria C. Ribeiro e Silvio Doria A. Ribeiro são Consultores da Capritec

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