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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Márcio Macêdo: A Seca de 1932 no Cariri paraibano


Os períodos de seca representam tempos de reflexão sobre a importância do poder público nas regiões atingidas pela estiagem. Não é a primeira vez que isto acontece, as secas de 1932 e 1952 foram arrasadoras para a região do Cariri. Apresentamos aqui um panorama da seca de 1932 que fez as oligarquias se apoiarem na gestão do presidente Vargas, sob a tutela de José Américo e que afrouxou as rédeas do interventor radical Anthenor Navarro. Vale salientar que foi exatamente no período de seca que o Cariri recebeu mais investimentos do Estado, boa parte foi em benefício para as oligarquias, mas outras construíram açudes que são utilizados pela população até os dias atuais além da construção da BR - 412.

A seca de 1932 foi uma das mais memoráveis da Paraíba. Foi dela que a liderança de José Américo de Almeida se apropriou para construir uma biografia política. Como ocorreu na presidência de Epitácio Pessoa, o IFOCS foi uma instituição importante para a política clientelista oligárquica. José Américo de Almeida, como Ministro da Viação e Obras Públicas, utilizou tal instituição para ramificar sua influência na Paraíba. Parece-nos que Anthenor Navarro buscava sempre atormentar as oligarquias, mas José Américo de Almeida sempre as colocava em seu projeto de Estado, é o que acontece ao relacionar a seca à política.

A seca de 1932 trouxe consigo os problemas que a Paraíba deveria enfrentar numa República centralizada. Pois ela atingiu de forma terrível a população rural do Estado, inclusive toda a região do Cariri. Em telegrama escrito para Anthenor Navarro, afirma Ignácio Brito, então prefeito de São João do Cariri (A UNIÃO, 06 de dez. 1931, p.8):“Acabo de percorrer todo município encontrando a população em estado lastimável, parte recorrendo a alimentação de chique-chique. Peço vossencia mitigar a situação, ordenar algum trabalho, viação ou outro qualquer de modo a interromper o êxodo. Ignácio Britto, prefeito.”

Além de telegramas enviados do interior do Estado, fotografias e matérias sobre estiagens eram constantemente apresentados nas páginas do Jornal A União.

A maneira que o Estado intervencionista e centralista tratava a coisa pública fez com que, inicialmente, as chefias locais não se intrometessem na administração. Como afirma o historiador Martinho Santos Neto “a todo instante (José Américo) apela para a preservação da moralidade dos recursos públicos e sua boa aplicação”. Mas como os grupos de base familiar são donos de vastas propriedades rurais, coube ao Estado incentivar a construção de açudes nestas propriedades. Assim, mais uma vez, o público e o privado estavam de mãos dadas para “acabar” com o problema da seca. Apesar da fiscalização do IFOCS, proprietários extrapolavam o prazo de entrega e cabia ao Estado concluir as obras.

No combate à seca de 1932, o interventor natural de São João do Cariri, Gratuliano Brito, destacou constantemente o nome de José Américo, e “escondeu” a atuação da interventoria. Na administração, Gratuliano utilizou como mão-de-obra os “flagelados” e como instrumento de apoio, os jumentos, como narrou em entrevista: “Toda aquela gente do Cariri, por exemplo, chegou a brigar por uma estrada. Não faltou serviço para ninguém, mesmo porque naquele tempo havia muita pouca máquina para o serviço de engenharia. Os açudes e os aterros das estradas eram feitos utilizando a extraordinária contribuição do jumento”.

Sua principal atividade na seca de 1932 no Cariri foi a construção da estrada que liga Boa Vista à Monteiro, cortando São João do Cariri, Serra Branca e Sumé (Atual BR-412. Trata-se de uma rodovia de ligação que liga a BR-230 à BR-110). Gratuliano, em 1932, após a estiagem começou as obras do açude “Namorados” em São João do Cariri e o açude Serra Branca I.

VITRINE DO CARIRI

Por Márcio Mâcedo Moureira
Historiador

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