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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Novo salário mínimo injetará R$ 690 milhões na economia paraibana


Novo salário mínimo injetará R$ 690 milhões na economia paraibanaO aumento de R$ 56 no salário mínimo - que sairá de R$ 622 para R$ 678 - deverá injetar mais de R$ 690,7 milhões na economia paraibana ao longo do próximo ano. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Paraíba contabiliza 948,9 mil assalariados, entre aposentados, pensionistas, empregados domésticos e demais trabalhadores, que recebem o mínimo como valor de referência. Este número representa 59,3% da população economicamente ativa no Estado (1,6 milhão).

O novo valor entrará em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 2013 e resulta da alta de 2,73% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 somada à variação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste ano, estimada em 6,1% pelo governo federal.


O economista Celso Mangueira explica que, para o trabalhador e demais beneficiários que tenham no mínimo sua renda mensal, o impacto é inegável. “Um aumento dessa natureza, acima da inflação, tem um efeito grande para essas pessoas que passam a ter um poder de compra maior. E, uma vez que faz circular mais dinheiro e estimula o consumo, permite um aquecimento da economia no Estado e na Região. O crescimento do Nordeste vem sendo motivado pelo aumento da renda do nordestino”, acrescentou.

Por outro lado, do ponto de vista do orçamento dos gestores paraibanos, o reajuste pode representar problemas. De acordo com Mangueira, as prefeituras municipais de cidades pequenas não conseguem absorver com tranquilidade o acréscimo. “As transferências federais são para uma parcela de pessoas com a renda, mas existem os assalariados que são de responsabilidade da folha municipal, então as prefeituras podem ter dificuldade em honrar esses valores”, comentou.

A proposta original do governo previa salário mínimo de R$ 670,95, mas o valor foi reajustado de acordo com novos cálculos da inflação. Com o incremento, a empregada doméstica Maria do Carmo de Melo comemorou. “Para mim está ótimo. Se fosse mais, melhor. Mas eu vejo que para quem paga é um peso maior, então que o aumento seja dentro das condições certas”, disse.

O gerente do INSS em João Pessoa, José Antônio Cavalcanti, acredita que, uma vez aprovado, o governo federal está preparado para cumprir com os compromissos assumidos pelo aumento. “Se a presidente Dilma assume o valor, pode ter certeza de que foi bem pensado e que não terá um impacto maior do que o previsto para as contas do governo”, concluiu.

O anúncio foi feito pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, na véspera de Natal, após reunião com a presidente Dilma Rousseff. As medidas devem ser publicadas no Diário Oficial da União de hoje, conforme informou a ministra.

ISENÇÃO

O anúncio da véspera natalina também assegurou a isenção de Imposto de Renda dos trabalhadores que recebem até R$ 6 mil de lucros e participações nos resultados das empresas. Esta isenção de IR era uma reivindicação antiga das centrais sindicais, que defendiam um valor maior, na casa dos R$ 10 mil.


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