Muitos fumantes acendem um cigarro para se acalmar quando estão ansiosos ou estressados. Entretanto, um novo estudo britânico indica que parar de fumar pode ser muito mais eficaz para amenizar o estresse crônico, assegurando aos fumantes que eles não precisam do cigarro para controlar o estresse, e que, na verdade, o tabagismo pode, em alguns casos, contribuir para o estresse crônico. “Os fumantes, frequentemente, veem os cigarros como um mecanismo de controle do estresse, e os ex-fumantes, algumas vezes, voltam a fumar acreditando que isso irá ajudá-los a lidar com um evento estressante da vida”, destacou o pesquisador Peter Hajek, em artigo publicado na revista Addiction.
Avaliando 469 fumantes que tentavam parar de fumar após serem internados com doença cardíaca, os pesquisadores da Escola de Medicina de Londres descobriram que a crença geral não procede e que parar de fumar pode ser benéfico também nesse sentido. Aqueles que ficaram um ano sem o cigarro tiveram uma redução de 20% nos níveis de estresse percebidos, enquanto os que permaneceram fumando não apresentaram mudanças significativas.
Os autores acreditam que as pessoas mais vulneráveis ao estresse são mais propensas a fumar, e o vício pode, em longo prazo, aumentar o estresse, mesmo que as pessoas sintam que fumar oferece alivio temporário. “Quando fumantes dependentes não podem fumar, com o prolongamento do período sem cigarro, eles tendem a se sentirem mais nervosos, irritáveis e inconformados”, explicaram os autores. “Um cigarro ameniza esse estado estressante temporariamente, e isso deve ser a principal razão de os fumantes pensarem que o cigarro alivia o estresse”, concluíram.
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