O plantio da mamona cresceu na região semiárida do Brasil impulsionada pelo Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Em 2005, o número de agricultores cultivando a oleaginosa estava próximo de 5 mil. Em 2010, chegou a 41,5 mil. “A estabilidade do preço e a garantia dos contratos firmados com as indústrias têm feito a cultura se expandir além de Irecê/BA (região produtora mais tradicional”, explica o consultor regional de biocombustíveis do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Stephan Görtz.
Stephan destacou que antes do PNPB, o valor pago ao produtor pelo quilo da mamona variava de R$ 0,30 a R$ 0,60. Atualmente, o preço está na faixa de R$ 1,00 a R$ 1,50. “Mesmo com as condições mais precárias de plantio, a cultura significa um ganho para o produtor, sobretudo em consórcio com outras lavouras como feijão e milho”, afirma Görtz. No estado do Ceará, que tem um programa de incentivo, já são cerca de 20 mil produtores, a maioria agricultores familiares.
Além da dispersão geográfica, outros gargalos para o desenvolvimento da cultura são o alto custo da assistência técnica, o uso de técnicas inadequadas de cultivo e a baixa organização dos produtores. Uma das propostas que o Ministério está elaborando para ajudar os agricultores a solucionar alguns desses gargalos é a implantação de Núcleos de Produção Modelo com unidades de teste e demonstração assistidas, preparo de solo, debulha da mamona, armazenamento e uso da casca. A Embrapa Algodão tem investimento no desenvolvimento de cultivares altamente produtivas e adaptadas a regiões semiáridas, como é o caso da BRS Gabriela, lançada em julho deste ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Só serão publicado comentários, com identificação não perca seu precioso tempo de comentar sem se identificar!!