O fato é que referida canção foi muito cantada nos sertões nordestinos no tempo do rei do cangaço. Por isso, fez parte da trilha sonora do premiado filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, que o celebrizou no país e no exterior. Na ocasião, sofreu uma adaptação do compositor Zé do Norte (Alfredo Ricardo do Nascimento), autor de outras músicas do filme, que manteve a sua estrutura original.
Comprova o sucesso de “Mulher Rendeira” o grande número de gravações que recebeu na época, inclusive fora do Brasil. Tem até uma gravação de um antigo cabra do bando de Lampião, o cangaceiro Volta Seca. E hoje, apesar das alterações na sua forma original, representa o canto oficial do cangaceirismo. Existem várias versões, mas esta a seguir parece que é a verdadeira:
Olê muié rendeira
Olê muié rendá
Tu me ensina a fazê renda
Que eu te ensino a namorá.
Olê muié rendeira
Olê muié rendá
Chorou por mim não fica
Soluçou vai pro borná.
As moças de Vila Bela
São pobres mas tem ação
Passam o dia na janela
Namorando Lampião.
O rifle de Lampião
Tem cinco laços de fita
Lampião só para em casa
Onde tem muié bonita.
Minha mãe me dá dinheiro
Prá comprar um cinturão
Pra vivê de cartucheira
No bando de lampião.
O Ceará ta de luto
Pernambuco de sofrimento
Alagoas de porta aberta
Lampião xaxando dentro.
Olê muié rendeira
Olê muié rendá
Tu me ensina a fazê renda
Que eu te ensino a namorá.
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