Centenas de pessoas marcaram um encontro pela internet e se reuniram na noite desta quinta-feira (13) sob um frio de 16ºC em uma praça na Zona Sul de São Paulo para colocar em prática uma ideia irreverente: tirar as calças dentro do Metrô. O evento, conhecido como flash mob e chamado de “No Pants”, ocorre pela segunda vez consecutiva em São Paulo e já foi realizado em outras cidades pelo mundo. Não se trata especificamente de um protesto, porque não há uma reivindicação.
A multidão de usuários, a maioria jovens de até 30 anos, embarcou no metrô Paraíso ainda com todas as roupas. No caminho, até a estação Consolação, as pessoas foram tirando as calças e guardando em suas mochilas. “Tem gente de todas as tribos”, definiu um dos organizadores do evento, Caio Komatsu. Segundo as contas dele, 500 pessoas participaram do ato. Quatro vagões ficaram cheios de pessoas sem calças.
Entre elas estavam Maíra Kodama, de 20 anos, estudante do curso de matemática na Universidade de São Paulo, e Ágata Antunes, de 21 anos, estudante de história da arte na Unesp.
Entre elas estavam Maíra Kodama, de 20 anos, estudante do curso de matemática na Universidade de São Paulo, e Ágata Antunes, de 21 anos, estudante de história da arte na Unesp.
“Veja bem, não tem um motivo concreto”, disse Ágata. “É um bando de idiotas querendo chocar”, completou Maíra. Questionadas se a falta de calças não gera constrangimento, deixaram claro que não. “Normalmente minhas saias são muito menores do que minhas calcinhas”, respondeu Ágata; “Eu seria nudista naturalmente”, afirmou Maíra.
Jovens armam encontro pela internet
Para elas e para o também estudante Marcos Gameiro, de 22 anos, o fato de todo mundo sair sem calça ao mesmo tempo no Metrô tem algo de “instalação cultural, intervenção artística ou algo parecido”.
Um grupo gritou as palavras de ordem “bumbum quer respirar” enquanto um manifestante exibia placa com uma mensagem nonsense recheada de palavrões. Uma menina de camiseta branca estampava sua predileção : “Eu amo nerds”. Também havia camisetas com marcas de jogos de videogame e até rapazes de terno.
A manifestação causou impacto entre os passageiros. Alguns deles gritaram e assobiaram nas estações, enquanto seguranças aparentemente tensos tentavam organizar a passagem dos jovens. Dentro dos vagões, a reação foi contida.
“É no mínimo espantoso, impactante no primeiro momento”, disse o consultor de empresas Jardel Sales, que evitava olhar para os sem-calça.
“Na verdade não sei a causa disso tudo. Achei estranho, não sei”, disse Alessandra, funcionária do setor de recursos humanos de uma empresa. Reticente até em falar à reportagem, ela não quis informar o sobrenome.
“Não quero falar”, disse uma outra passageira, que após ouvir os detalhes sobre a manifestação, resumiu: “Fazer o que, não é. É o livre arbítrio.”
“Não quero falar”, disse uma outra passageira, que após ouvir os detalhes sobre a manifestação, resumiu: “Fazer o que, não é. É o livre arbítrio.”
Quem participou do No Pants gostou. “É a primeira vez, achei bom e não tive nenhum constrangimento”, disse o estudante Fernando de Caires, de 22 anos. Sua amiga, Ligia Acawassu, afirmou que a experiência foi de liberação. “Conseguimos mostrar liberdade”, afirmou. “Ano que vem venho de novo”, afirmou Fernanda Mattos.
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