quarta-feira, 14 de julho de 2010
PB é o quarto Estado mais pobre do país
O boletim sobre pobreza e miséria apresentado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela redução da pobreza, entre 1995 e 2008, em todo o país. Contudo, os Estados da região Nordeste continuam concentrando os bolsões de miséria. O estudo revela queda de 21,4% no índice de pobreza absoluta na Paraíba no período compreendido entre 1995 e 2008.
No primeiro ano pesquisado, o Estado possuía 66% da população vivendo com apenas metade do salário mínimo. Passados 13 anos, a taxa caiu para 51,9% da população. Ainda assim, o Estado ocupa hoje o quarto lugar no ranking de pobreza no país - em 1995, era o quinto. Atualmente, as taxas do Estado são melhores apenas em relação ao Piauí, com 52,9%, Maranhão, 55,9%, e Alagoas, que tem o pior índice, com 56,6%.
No caso da taxa de pobreza extrema (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal), o Estado apresentou o terceiro melhor índice da região Nordeste. Nesta situação, apenas 23,2% da população fazia parte em 2008 enquanto em 1995 a taxa era de 37%. Os melhores índices foram alcançados por Sergipe (21,3%) e Rio Grande do Norte (20,2%).
A dona de casa Maria Elizângela Bezerra de Santana, de 21 anos, moradora da Comunidade do S, em João Pessoa, conhece bem a realidade de viver com menos de um quarto do salário mínimo por mês. Ela vive com o marido e os três filhos pequenos, com idade de onze meses, dois e quatro anos, em uma casa de taipa cedida por parentes.
A renda mensal da família de Maria Elizângela vem do trabalho do marido como catador de material reciclável e não ultrapassa os R$ 400,00. “O dinheiro não é suficiente. Preciso contar com ajuda de meus pais para não faltar comida em casa. Mas falta para comprar remédios. Meu menino de quatro anos está internado, não tenho como comprar medicamentos”, explicou.
O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, destacou que um dos fatores determinantes para a redução da pobreza extrema foram os programas de transferência de renda do governo federal. “Com programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e a aposentadoria para trabalhadores da agricultura, milhares de brasileiros deixaram a condição de miseráveis para ingressar na condição de pobreza”, explicou. “Mas apenas com programas de geração de emprego e renda é possível retirar as pessoas da linha da pobreza”, complementou.
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