Aposentado que recebe acima do mínimo pode ter reajuste de 8%

Os aposentados e pensionistas do INSS, que recebem acima de um salário mínimo na Paraíba, poderão ter aumento acima de 6,14%, que foi concedido em janeiro. As centrais sindicais negociam uma revisão do reajuste para 8% com o governo federal, como forma de se aproximar do índice daqueles que ganham até um salário mínimo (R$ 510,00), que tiveram aumento de 9,7%, em 1º de janeiro deste ano. A votação dessa proposta no Congresso Nacional deverá acontecer antes das eleições.

Na Paraíba, de acordo com a folha de fevereiro deste ano do INSS, apenas 56,2 mil aposentados e pensionistas recebem acima de um salário mínimo, o que representa apenas 9,41% do total dos benefícios no Estado (597,3 mil). O impacto na folha de pagamento nessa faixa seria pequeno na Paraíba (R$ 1,2 milhão ao mês), passando de R$ 67,4 milhões para R$ 68,6 milhões. Em fevereiro, a folha total do INSS no Estado foi de R$ 340,6 milhões.

Como aqueles que recebem até um mínimo vêm obtendo ganho real nos últimos sete anos com a política de valorização do governo federal que prevê, além da reposição da inflação, ganho real de acordo com a variação do PIB do ano anterior, aqueles que recebem acima do mínimo vêm amargando reajustes menores desde 1994, quando foi quebrada a isonomia (igualdade) dos reajustes para essas duas faixas. A cada ano cai a participação dos aposentados no volume total dos benefícios. Em 2008, estava em torno de 10% contra 9,41%, atualmente.

O presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas e Idosos, Severino Ferreira Leite, disse que essa política de diferenciar reajustes para “os que recebem acima do mínimo provocou perdas de 55% nos salários acima do mínimo, quando comparado aos que ganham até um salário mínimo. A tendência tem sido nivelar todos pelo piso. Quem ganhava dez salários, agora recebe apenas cinco salários, quem ganhava três está ganhando pouco acima de um salário e daqui a pouco apenas um salário. O erro não está na política de valorização do mínimo, mas na ausência de equiparação de tratamento entre as duas faixas de rendimentos”, declarou.