Substância química encontrada no veneno da tarântula chilena rosa pode estender vida de crianças com a condição por décadas
Rosie, uma tarântula chilena rosa, pode ser a chave para o tratamento da distrofia muscular. Estudo conduzido na Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, descobriu que uma substância química encontrada no veneno da aranha é capaz de enganar o corpo, fazendo o organismo entender que está sob ataque. Resultados apontam que o processo descrito tem potencial para auxiliar pacientes com a condição a vencerem a doença.
O professor de fisiologia e biofísica que lidera o projeto, Frederick Sachs, adquiriu a primeira aranha da espécie de Rosie há 20 anos. A tarântula era um mascote para a equipe de pesquisa, que investigava o efeito de venenos em importantes estruturas celulares chamadas canais iónicos mecano-sensíveis.
O pesquisador então levantou a hipótese de que venenos, que são muito complexos em sua composição química, poderiam conter compostos moleculares capazes de obstruir os canais iônicos. Para testar esta teoria, Sachs contratou o PhDTom Suchyna, para analisar venenos de lacraias, escorpiões e aranhas.
"Não havia nenhuma droga para os canais iónicos mecano-sensíveis, então o que você faz é sair para procurar um", diz Sachs. O efeito mais promissor veio exatamente da espécie que o pesquisador havia adotado como animal de estimação. No veneno da tarântula chilena rosa, a equipe descobriu uma proteína que mantinha os canais de íon fechados. Os resultados da pesquisa chamaram a atenção do avô de um paciente com distrofia muscular, que ofereceu financiamento ao projeto. O corretor da bolsa de Williamsville Jeff Harvey (que encontrou o estudo através do Google) contou a equipe a história de seu neto JB e afirmou que estava procurando uma pesquisa sobre a doença para investir. Uma empresa então foi formada para dar continuidade ao projeto, a Tonus Therapeutics.
Atualmente, a terapia de proteína está sendo testada em camundongos com distrofia. Os experimentos iniciais descobriram que os animais ganharam força e não sofreram reações tóxicas durante o uso por mais de 40 dias.
A proteína utilizada nos estudos é sintetizada em laboratório e espelhada na proteína original da tarântula. Os pesquisadores observam que a terapia não é uma cura. Mas ressaltam que se funcionar em seres humanos pode estender a vida de crianças com distrofia muscular por décadas. A doença afeta apenas meninos. Aos 12 anos grande parte das vítimas da condição estão em cadeiras de rodas. Mais tarde, o coração e o diafragma se deterioram, o que dificulta a respiração. Poucos pacientes passam dos 30 anos.
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