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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Nos últimos dois anos, seca faz a Paraíba perder quase 400 mil bovinos


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Em decorrência da seca, a Paraíba perdeu 387.201 bovinos em 2012. Nos dois últimos anos, o rebanho caiu de 1.354.268 para 967.067 animais – redução de 28,59%, segundo a pesquisa Produção da Pecuária Municipal, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Outros tipos de rebanhos também registraram prejuízos: equino (7,30%), suíno (11,75%), caprino (18,54%) e ovino (16,39%).

De acordo com o supervisor de Agropecuária do IBGE, José Rinaldo de Souza, o prejuízo é um dos mais significativos nos últimos 20 anos, período em que três grandes secas dizimaram a produção agropecuária no Nordeste. Entre 1992 e 1993, a redução do rebanho bovino paraibano foi de 34%; em 1997, o prejuízo chegou a 28%, o mesmo índice dos últimos dois anos.

Somando o prejuízo dessas três grandes secas, foram dizimados 1,2 milhão de bovinos – número superior ao rebanho atual, que é de 967 mil animais. Segundo José Rinaldo, será necessário um período de oito anos para que as perdas sejam compensadas. “Essa é a previsão, levando em conta uma taxa de crescimento de 3% a 5% ao ano. Mas essa é só uma estimativa e os imprevistos podem ocorrer, elevando esse período de recuperação. Os números se repetem a cada seca, mas nenhuma medida concreta é adotada”, destacou.

O supervisor do IBGE indica a falta de planejamento como um dos principais fatores que causam a repetição do problema a cada seca registrada no Nordeste. “Falta aplicação de técnicas e tecnologias para conviver com a seca. Muitos agricultores também não investem em reserva de pastagem, possuem mais animais do que a propriedade suporta. Então quando a seca chega, eles ficam desprevenidos”, observou José Rinaldo.

Aviários

Enquanto a maior parte dos rebanhos foi afetada pela seca, a pesquisa do IBGE apontou que o segmento de galos, frangos e pintos saltou de 8,2 milhões para 9,1 milhões (crescimento de 10,7%). Segundo José Rinaldo, a explicação é que esse tipo de rebanho é mais comum no Agreste, onde a seca não é tão grave, e são animais que demandam menos estrutura para a criação. Esse tipo de rebanho ajudou a Paraíba a fechar o ano de 2012 com um crescimento de 1,5%, englobando a criação de todos os animais.

Nordeste perde 4 milhões

O Nordeste perdeu 4 milhões de animais no ano passado. Em 2012, mais de 1.200 municípios decretaram emergência pela estiagem e precisaram ser abastecidas por carros-pipa. “A seca prolongada resultou na redução de muitos plantéis, sobretudo o de bovinos, causando impactos sobre a produção e produtividade de leite”, diz a pesquisa do IBGE. A região contabilizou 1,3 milhão de bovinos a menos no ano passado --queda de 4,5% em comparação a 2011.

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