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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Artesã da renda renascença do Cariri terá seu trabalho exposto em Nova York


A artesã paraibana, Maria das Dores Ramos Silva, irá mostrar, a partir do dia 9 de setembro, em Nova York (Estados Unidos) a renda renascença produzida no Cariri paraibano. Ela foi uma das 15 brasileiras selecionadas para expor seu trabalho na exposição “Mulher Artesã Brasileira”, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). Devido à sua rica produção artesanal, o Brasil foi escolhido pela ONU para a exposição nos Estados Unidos. A mostra irá acontecer durante a realização da Assembleia Geral, que reúne chefes de Estado.

Maria das Dores faz parte da Associação de Desenvolvimento Comunitário das Artesãs de Ateliê Renascença de São Sebastião do Umbuzeiro, no Cariri paraibano, a 110 km de João Pessoa. Além dela, mais 14 artesãs de 12 estados brasileiros irão mostrar bordados, bonecas, panelas de barro, peças indígenas, dentre outros. “Conheceremos novas oportunidades de negócios com essa viagem. Será uma grande experiência, que pode ampliar nosso mercado”, disse Dorinha.

A artesã paraibana trabalha com renda renascença há 40 anos e criou a associação há cerca de oito anos, mas somente há dois, formalizou o negócio e tem CNPJ. “A associação reúne quase 50 mulheres do Cariri, que vivem do seu artesanato e melhoraram a renda familiar”, disse Maria das Dores, que aos sete anos já produzia peças em renda para vender e ajudar no orçamento da sua família.

Ela explicou que a renda renascença é um trabalho minucioso e demorado. “Como trabalhamos em associação, dividimos o trabalho. Uma peça pode ser feita por várias rendeiras. Isso contribui para terminarmos mais rápido e recebermos logo o dinheiro”, contou. Ela disse, por exemplo, que um vestido de noiva demora cerca de oito meses para ser confeccionado por apenas uma artesã. Para o tempo de produção ser diminuído, várias mulheres trabalham em uma mesma peça.

A Associação de Ateliê Renascença recebe encomendas de clientes, principalmente, de João Pessoa e Campina Grande, mas vende também para Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Segundo Maria das Dores, a associação produz normalmente cerca de 30 peças por mês. Se houver feiras e eventos, chega a vender R$ 15 mil mensalmente. “Mas quando não há esses eventos, nossa renda não chega nem perto desse valor”, afirmou.


Após ser formalizada, a associação já recebeu cursos de aperfeiçoamento, oferecidos pelo Sebrae Paraíba. Também recebe apoio do Governo do Estado, através do Programa de Artesanato Paraibano (PAP). “É um orgulho para a Paraíba termos as peças de renda renascença de São Sebastião do Umbuzeiro nessa exposição em Nova York”, disse a gestora do projeto de Artesanato do Sebrae Paraíba, Maísa Duarte.

Projeto Mulher Artesã
Inovação, impacto social e criatividade foram alguns dos critérios utilizados no processo de seleção do grupo, que se caracteriza por forte qualificação, com acompanhamento, inclusive, do Sebrae. Além de consultorias para ajudar na estruturação do negócio, a instituição capacitou as artesãs em design e formação de preço, por exemplo. Além disso, o Sebrae também facilita o acesso a feiras e eventos especializados.

O projeto Mulher Artesã Brasileira tem como objetivo divulgar a cultura e a economia brasileira por meio de artesãs que fizeram desse tipo de atividade não somente uma forma de subsistência, mas também uma motivação constante de transformação da realidade social. Além de apresentar o momento atual do artesanato no país, a exposição propicia às contempladas a oportunidade de aprimoramento profissional por meio de ações formadoras, como uma exposição de fotografia e de objetos, participação em uma palestra, divulgação na mídia, dentre outras.

As artesãs foram selecionadas por uma comissão de profissionais da Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa), Programa do Artesanato Brasileiro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Além da paraibana foram selecionadas mais 14 mulheres de 12 estados: Acre, Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

VITRINE DO CARIRI Sebrae

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