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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ministério da Saúde considera ato contra médicos estrangeiros xenofóbico e truculento

Ministério da Saúde considera ato contra médicos estrangeiros xenofóbico e truculento

O secretário de Estratégia e Participação do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, disse nesta terça-feira que considerou a atitude dos médicos cearenses ‘xenofóbica, truculenta e racista’. Na segunda-feira, eles fizeram um protesto em Fortaleza e vaiaram os profissionais estrangeiros do programa Mais Médicos durante a saída do primeiro dia de treinamento oferecido pelo Ministério da Saúde. O secretário disse que foi agredido e atingido por um ovo:

— O que a gente presenciou foi um ato de truculência, violência, xenofobia, racismo e preconceito. Os médicos brasileiros presentes no ato agrediram verbalmente os médicos cubanos, chamando-os de escravos, de incompetentes e mandando eles voltarem para suas senzalas. Quando os médicos saíram, eu fui agredido com murros, empurrões, tapas e um ovo acertou a minha camisa.

Em vídeo postado no Youtube, os manifestantes pedem o Revalida (exame nacional de validação do diploma de médicos) e chegam a chamar os profissionais vindos do exterior de escravos. Entre os médicos que faziam o treinamento, a maioria eram cubanos e foram contratados por intermédio da Organização Pan-Americana de Saúde.

O presidente do Sindicato dos Médicos do estado do Ceará (Simec), José Maria Pontes, disse que as vaias e xingamentos não foram contra os médicos cubanos, mas contra os gestores do Ministério da Saúde. Segundo Pontes, o alvo principal era o secretário Odorico Monteiro, mas a imprensa teria deturpado os fatos. O presidente rebateu as críticas e culpou a imprensa pela confusão:

— Os gritos eram para que nossos colegas cubanos não fossem explorados como escravos. Não falamos isso no sentido pejorativo, não foi um xingamento. Eu não vou pedir desculpas porque não fiz nada de errado, eu vou é esclarecer os fatos. Não teve violência, só que a imprensa colocou como sendo hostilidade aos médicos. No dia seguinte, quando fui comprar o jornal, levei um susto com o que vi.





Da Redação
com Globo.com

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