O câncer de laringe matou 589 pessoas na Paraíba (entre 2001 e 2013), segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade da Secretaria de Estado da Saúde (SIM/SES-PB). Mas é curável em mais de 90% dos casos quando detectado precocemente. Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostra que, até o final do ano, 100 paraibanos devem descobrir que têm esse tipo de câncer. Na Capital, toda semana, pelo menos 16 pessoas descobrem que têm nódulos ou cistos vocais. Na maioria dos casos, eles são benignos. Mas especialistas alertam que rouquidão por mais de 15 dias sem estar gripado, dor, dificuldade de engolir, ardência na garganta e cansaço ao falar são sinais que precisam ser investigados.
Amanhã, é o Dia Mundial da Voz. E, para alertar a população sobre esses cuidados e a prevenção do câncer de laringe, triagens e exames serão realizados das 8h às 17h, no Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), próximo ao Hospital Universitário (HU), na Capital. Os casos suspeitos de câncer de laringe serão encaminhados ao Hospital Napoleão Laureano.
Segundo o chefe do Departamento de Fonoaudiologia da UFPB, fonoaudiólogo especialista em voz Leonardo Wanderley, toda semana, uma média de 32 novos pacientes são atendidos no Ambulatório de Voz da instituição. “E 50% deles (16) apresentam problemas, como cistos e nódulos vocais, geralmente lesões benignas por abuso vocal (como falar alto). Mas a incidência é muito alta e eles afetam a vida profissional e social deles. Eles se queixam de cansaço ao falar, ardência na garganta e rouquidão”, informou.
Fumantes: 10 vezes mais risco
“Fumantes têm 10 vezes mais chances de desenvolver o câncer de laringe. Esta probabilidade é de 43 vezes quando o fumo é associado a bebidas alcoólicas”, alertou o otorrinolaringologista Josemar dos Santos Soares. O câncer de laringe é o 6º mais incidente na região Nordeste, com quatro casos para cada 100 mil pessoas e atinge mais homens do que mulheres. No ano passado, 68 paraibanos perderam a vida por causa da doença segundo dados do SIM. Neste ano, 11 pessoas morreram em decorrência da neoplasia.
No ano passado, 129 paraibanos foram internados com a doença e, este ano, foram registradas oito internações. Segundo o chefe da Divisão Médica do Hospital Napoleão Laureano, Marcos Marchi, o tratamento, em fase inicial, consiste na cirurgia ou radioterapia. Em alguns casos, o paciente pode fazer a quimioterapia associada à radioterapia para potencializar o tratamento e preservar a laringe, como aconteceu com o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “Na fase inicial, a cirurgia pode modificar o padrão vocal do paciente, mas o órgão é preservado. Já em estágio avançado, a cirurgia pode ser de remoção total da laringe. Mas o paciente não perde a capacidade de comunicação, pois passa a falar com voz esofágica ou com ajuda de um equipamento”, explicou.
Da Redação com correio da pb
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