A macaúba é uma palmeira nativa das florestas tropicais e apresenta ocorrências em várias regiões do Brasil e em países vizinhos. No Brasil ocorrem povoamentos naturais em quase todo território, mas as maiores concentrações estão localizadas em Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O pesquisador da Embrapa Agroenergia, de Brasília, Alexandre Alonso Alves e o professor da Universidade Federal de Viçosa, Sérgio Motoike, destacam o potencial da macaúba como matéria-prima para a produção do biodiesel e outros fins.
Segundo Alexandre Alves, a macaúba possui várias aplicações, principalmente no aproveitamento de seus frutos. A polpa, por exemplo, é comestível, podendo ser consumida in natura ou utilizada para a fabricação de doces. A casca, por sua vez, pode ser aproveitada para fabricação do carvão vegetal. Já a amêndoa, por ter alto valor proteico, também tem uso alimentício.
Ele ressalta que outro fator atrativo da macaúba é o fato de esta palmácea ser produtiva por vários anos, com estimativas de até 50 anos, o que representa uma fonte de renda a longo prazo para os produtores.
O óleo extraído da polpa, com maior potencial para a fabricação de biodiesel, é dominado por ácido oléico (53%) e palmítico (19%) e tem boas características para o processamento industrial, mas apresenta sérios problemas de perda de qualidade com o armazenamento. Assim como ocorre com o dendê, os frutos devem ser processados logo após a colheita, pois se degradam rapidamente, aumentando a acidez e prejudicando a produção do biocombustível.
Por isso, o pesquisador aconselha os produtores se organizarem em associações ou cooperativas para a instalação de unidades de esmagamento das matérias-primas. "Isso garantiria que o óleo produzido naquela região por diversos produtores tivesse qualidade suficente para a produção do biodiesel”, destaca Alves.
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