Páginas

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Estado investe mais de R$ 1 milhão em ações de ressocialização de apenados na PB


Estado investe mais de R$ 1 milhão em ações de ressocialização de apenados na PB

Somente em 2012 o Governo do Estado investiu s mais de R$ 1 milhão em ações de ressocialização dos apenados de todas as unidades prisionais do Estado. Criado em 2011, o programa de ressocialização do Governo da Paraíba tem o objetivo de facilitar o reingresso de ex-detentos no mercado de trabalho. Mensalmente são oferecidos diversos cursos profissionalizantes dentro das penitenciárias do Estado. Atualmente a população carcerária é de 8.800 detentos. Os apenados podem participar do programa desde o regime fechado até o aberto.

De acordo com a gerente de Ressocialização da secretaria de Estado da Administração Penitenciária, Ziza Maia, o objetivo é capacitar os detentos e depois recolocá-los no mercado de trabalho. A sociedade precisa entender que eles precisam de ajuda para ter uma vida normal. Se todas as portas forem fechadas, eles voltarão ao crime.

Um dos detentos que participa do programa é Fábio Isídio, de 35 anos que fala com a experiência de quem fez uma opção que o levou a um caminho difícil. Condenado há oito anos por homicídios na Penitenciária de Segurança Máxima Geraldo Beltrão ele conta que foi através do artesanato que conseguiu fazer com que o tempo passasse mais rápido.

Fábio conta que dentro da penitenciária, aprendeu a fazer origami e hoje já pensa em tirar o sustento da família a partir do artesanato. “Se quando sair daqui não conseguir um emprego formal vou tentar viver do artesanato”, disse o reeducando.

Outro exemplo de que o caminho da volta por cima passa pelo trabalho é Aderivaldo de Lima, de 45 anos. Ele diz que busca na pintura uma forma de se expressar e superar as dificuldades de uma vida reclusa. “Já fui convidado pela diretoria para dar aulas e me coloquei à disposição. Sempre que tem algum trabalho aqui, sou chamado. Sempre gostei de pintura. Meu pai ainda tentou me obrigar a cursar Contabilidade, mas com o tempo viu que minha paixão era a arte”, relembrou o detento.

Sandra Maria está presa há dois anos e seis meses na Penitenciária Feminina Maria Júlia Maranhão. Aos 39 anos, ensina outras detentas a fazer bonecas de pano. Ofício que sabia fazer, mas que tinha deixado de lado por outras escolhas. “Tinha cinco filhos, uma vida corrida, quando me ofereceram um caminho mais fácil. Fui na ganância, caí aqui”, lamentou.

No meio das bonecas, o sorriso mostra a satisfação de ensinar a arte através de panos e agulhas. “Elas ficam maravilhadas quando conseguem fazer uma peça. Tem algumas que chegam e não sabem pregar um botão. E com paciência conseguem fazer trabalhos lindos. Isso é muito bom de ver”, disse orgulhosa.

As bonecas produzidas pelas detentas já foram expostas em feiras e eventos foram um dos destaques no Salão de Artesanato da Paraíba. “As pessoas conhecem o trabalho e ficam encantadas. Em todos os locais que expomos o sucesso é garantido”, contou Ziza Maia.

A gerente de ressocialização explicou que, além do artesanato, a Seap oferece outros cursos de qualificação para os reeducandos. “Temos parceria com Senai e Senac em várias áreas de atuação, todas voltadas para o mercado de trabalho. Nossa preocupação é ainda maior com o extra-muro. Temos instituições conveniadas conosco, que contratam os apenados cadastrados de acordo com a necessidade de vagas e competência deles. Acompanhamos tudo de perto”, informou Ziza. Rommel José Agripino, de 38 anos, condenado a onze de prisão, é instrutor de informática na própria penitenciária. “Não me envergonho da minha vida. Faço questão de falar sobre meu passado e mostrar que existe uma saída”, garantiu.

O secretário de Estado da Administração Penitenciária, Walber Virgulino, informou que os cursos devem ser ampliados para os apenados que cumprem penas em regime fechado. “Até o final de 2013 devemos instalar laboratórios no Presídio do Róger e PB1, ambos em João Pessoa. Sabemos que todos que erram têm direito a uma segunda chance. Estamos capacitando os detentos para que possam ser recebidos pela sociedade de forma digna”, afirmou o secretário.

Além dos cursos profissionalizantes, o programa investe na saúde e na educação. “São abertas periodicamente turmas de supletivo para conclusão do Ensino Médio. Equipes médicas trabalham diariamente para atender as necessidades dos detentos. Não é só o lado legal, da justiça que vai acompanhá-lo, mas o médico também”,explicou Ziza.


Da Redação com Paulo Cosme

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Só serão publicado comentários, com identificação não perca seu precioso tempo de comentar sem se identificar!!