Um programa de alfabetização está revolucionando a educação de uma pequena cidade do sertão paraibano. Em Marizópolis, distante 420 km da Capital, uma iniciativa da Prefeitura gerou mais recursos do Fundeb na conta do município, menos analfabetos na cidade e mais escolas em construção.
Lançado ano passado pelo prefeito José Vieira (PSDC), o Programa Educação e Cidadania levou o número de alunos matriculados no Programa Jovens e Adultos saltar de 126 para 1.270, mais de 1.000%.
O número de matrículas reflete diretamente nos recursos enviados ao município pelo Governo Federal, através do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). Os cofres da Prefeitura ganharam R$ 80 mil (mensais) a mais para investimentos no setor, devido ao crescimento do número de estudantes.
O dinheiro está sendo aplicado na construção de novas escolas, além das seis já existentes. São quatro em andamento para atender a demanda de creche, bercário, maternal e ensino fundamental. Os investimentos ultrapassam a casa de R$ 3 milhões (recursos próprios) até o final do ano.
Jovens, adultos e idosos na escola
A explicação é simples: o Governo Municipal criou mecanismos para atrair jovens e adultos analfabetos para a sala de aula. As escolas recebem o alunado no turno da noite. O município oferece merenda e material escolar. As aulas são regadas à atividades lúdicas e culturais e até apresentações musicais com repentistas e trios de forró pé-de-serra, bem ao estilo sertanejo e nordestino.
Além do atrativo na sala de aula, o aluno matriculado tem tratamento vip nos serviços da Prefeitura. Cada um recebe um cartão que lhe dá prioridade nos atendimentos de saúde, exames, habitação e programas sociais.
A meta da gestão municipal é até 2012 erradicar o analfabetismo da cidade, que atingiu patamar de 37,4%, segundo o Censo 2000 do IBGE, bem acima da média estadual de 29,71%.
"Queremos ser a primeira cidade da Paraíba a ter o orgulho de dizer todos os nossos cidadãos sabem ler e escrever", anunciou o prefeito José Vieira, que exerce o cargo pela terceira vez.
Reflexos
A "revolução" no pequeno município paraibano tem reflexos na economia do município. As obras das escolas empregam diretamente cerca de 200 operários da construção civil, todos habitantes da cidade.
Para tocar o programa, a Prefeitura empregou cerca de 70 profissionais a mais na rede municipal de ensino, entre professores, auxiliares e agentes de ensino. Os gêneros alimentícios utilizados nas refeições dos alunos é todo comprado no comércio local. O setor imobiliário do município também sentiu o efeito. Para abrigar os 1.270 alunos, a Prefeitura teve que alugar cerca de dez imóveis.
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