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terça-feira, 29 de outubro de 2013

‘Bola de cristal’ da Universidade Federal da Paraíba prevê seca e terremoto

Os professores da UFPB Hugo Cavalcante, do Centro de Informática (CI), e Marcos Oriá, do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), desenvolveram um sistema capaz de prever e evitar grandes catástrofes e eventos extremos como terremotos, secas, enchentes e até crises no mercado financeiro. A Physical Review Letters, revista científica da Sociedade Americana de Física, considerada a mais importante da área, vai publicar na edição deste mês um artigo dos professores, no qual apresentam os mais recentes resultados desta pesquisa. Segundo Marcos Oriá, o artigo sairá com o selo de indicação do editor, conferido quando o assunto é considerado importante para toda a sociedade.

Os chamados eventos extremos eram considerados impossíveis de prever, devido à complexidade e grande quantidade de variáveis envolvidas. Com a pesquisa, os professores conseguiram provar, que apesar de difícil, a previsibilidade é possível, através do mapeamento de fatores que desencadeiam o evento. Com o modelo se poderia afirmar, por exemplo, quando os fatores apontam para a ocorrência de uma grande seca no sertão.A precisão do modelo é de aproximadamente 99%. “Em torno de 1% de nossas previsões foram de falsos positivos, ou seja, prevemos um evento que não chegou realmente a acontecer. Falso negativo nunca tivemos, nunca deixamos de prever algo e fomos pegos de surpresa”, contou Hugo. “Conseguimos prever 100% dos eventos extremos, mas nem tudo que prevemos realmente acontece”, completou o professor Marcos. A quantidade de falsos positivos, no entanto, é bem pequena.
Para desenvolver a pesquisa, que conta com a colaboração de cientistas das Universidades de Duke e Maryland, dos Estados Unidos, os professores montaram um equipamento chamado ‘gerador de caos’. Em termos simples, o gerador é formado por dois circuitos, do tamanho aproximado de um cartão de crédito, que mostram ondas em um monitor. De vez em quando a onda atinge um pico, que representa a ocorrência de um evento extremo. Foi através deste equipamento, desenvolvido aqui mesmo na UFPB, que os professores puderam colocar a pesquisa em prática e provar que o modelo funciona.
De acordo com o professor Marcos, esta parte da pesquisa, que demonstra o modelo criado por eles, já está concluída, mas os estudos continuam. “A pesquisa não para”, disse. Ele contou ainda, que já foi procurado, juntamente com o professor Hugo, pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) para falar sobre a pesquisa, que ganhou destaque também na França. “O nosso modelo está repercutindo mundialmente”, disse.

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