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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Violência no trânsito na Paraíba custa R$ 31 milhões aos cofres públicos

Violência no trânsito na Paraíba custa R$ 31 milhões aos cofres públicos
Acidente deixa trânsito lento
Os acidentes de trânsito destroem famílias, deixam órfãos, causam danos psicológicos nos sobreviventes, custam milhões aos cofres públicos e tiram jovens em plena idade produtiva do mercado de trabalho. Na saúde, os prejuízos são enormes: em 5 anos e meio (de Janeiro de 2008 a junho deste ano), 24,4 mil internações hospitalares na Paraíba por acidentes no trânsito causaram R$ 31,2 milhões aos cofres públicos, segundo dados do Datasus. E a violência no trânsito cresce ano a ano.

Só no primeiro semestre deste ano, 2.206 paraibanos foram internados em unidades de saúde vítimas de acidentes de transporte, de acordo com o Datasus, destes 1.703 (77,20%) tinham entre 15 a 49 anos de idade. Ao todo, foram gastos R$ 2.979.221,49 pelas internações, uma média de R$ 1.350,51 por internação, e cada acidentado fica uma média de sete dias internados. No mesmo período, 522 perderam a vida em acidentes na Paraíba. Na última segunda-feira, o empresário Rodrigo Artur Fonseca Dourado, acusado de matar, num acidente de trânsito, dois jovens, foi condenado a 17 anos de prisão. Esta foi a terceira condenação por homicídio doloso de trânsito na Paraíba e a quinta no País.

Crescimento de 55%

Em quatro anos, o número de internações cresceu 55,84%, passando de 2.801 em 2008 (quando foram gastos R$ 3,6 milhões) para 4.365 internações em 2012, que registrou um gasto total de R$ 5,5 milhões.

No ano passado, a média de permanência no hospital foi de 6,6 dias, um valor médio de R$ 1.265,40 por internação. A faixa etária mais atingida é de 20 a 29 anos, que representa 32,69% dos acidentados (1.427 vítimas). Os homens também são a maioria dos acidentados: 81,08% (3.539 do total) das vítimas no passado. A tendência continua neste ano: quase 30% das vítimas (660) tinham de 20 a 29 anos e 80,24% dos acidentados são homens (1.770 vítimas).

86% das mortes são de homens

Segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), 86,21% das vítimas fatais deste ano eram homens (450 das 522 vítimas; as mulheres totalizaram 72 vítimas). Os jovens morrem mais: 195 tinham idades entre 15 a 29 anos de idade (37,36% do total), sendo a faixa etária que mais morre entre 20 a 29 anos (146 vítimas). No ano passado, 1.023 paraibanos perderam a vida em acidentes de trânsito, destas 880 (86%) eram homens e 143 mulheres (14%). A faixa etária que mais morre é, também, entre 20 a 29 anos, representando 27% do total de mortes (277 vítimas. Em quatro anos, o número de mortes aumentou quase 20%, passando 853, em 2008, para 1.023 em 2012.

Casos julgados como homicídio doloso

No dia 6 de maio de 2007, João Paulo Guedes Meira, na época com 23 anos, causou o acidente que matou três pessoas de uma mesma família, no cruzamento da Avenida Epitácio Pessoa com a Rua Prefeito José Leite. As vítimas foram Antônio, 53 anos, Francisco, 49 anos, e Matheus Ramalho, 16 anos. João Paulo foi o primeiro réu a ser condenado por homicídio doloso na Paraíba por matar no trânsito e cumpre pena de 15 anos no presídio do Róger. Na ocasião ele estava embriagado e, em alta velocidade, não respeitou o sinal vermelho e atingiu o veículo da família Ramalho.

No mesmo cruzamento, três anos depois, no início da manhã de 24 de janeiro, Eduardo Paredes avançou o sinal vermelho e atingiu o carro que a defensora Fátima Lopes e seu esposo Carlos Marinho, que ficou gravemente ferido. Fátima não resistiu aos ferimentos e morreu. Em março deste ano, Eduardo Paredes foi condenado, por homicídio doloso, e está recluso no 5º Batalhão de Polícia Militar. A pena foi de 12 anos de prisão.

Condenação em JP é exemplo para o País

A condenação de Rodrigo Artur a 17 anos e 2 meses de prisão por homicídio doloso é considerada um exemplo para o País. Ele foi condenado pelo acidente na Capital que matou Raíza Guedes e Ronaldo Soares. Para o filho de Fátima Lopes, Davi Lopes, essa condenação é mais uma vitória para as famílias que lutam por justiça. “As condenações estão dando o recado aos condutores que bebem, avançam os sinais e dirigem em alta velocidade. Se provocarem um acidente e matar serão punidos como uma pessoa que matou por arma de fogo e faca. O resultado disso será diminuir as mortes por esse tipo de acidente. Sei que as mortes não vão acabar, mas pelo menos aquelas por motoristas irresponsáveis devem diminuir”, comentou.




Da Redação
com Amanda Carvalho e Aline Guedes

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