Terror em Princesa Isabel: Confira vídeo e fotos da ação de bandidos no interior do estado

 

 Terra de gente trabalhadora e corajosa, Princesa Isabel teve sua tranqüilidade violada nesta terça. Enquanto cada um dos princeses levantou logo cedo pela manhã pra cumprir, neste mundo, sua missão diária, a fim de prover o sustento próprio e dos seus, um grupo de vagabundos, armados como se fossem pra guerra, “pintaram o terror na cidade”, amedrontando inocentes, ameaçando vidas e debochando das autoridades.

Bancos arrombados, estabelecimentos cravados por balas, comércio fechado, aulas suspensas, igreja fechada. Um cenário de faroeste.

Nossa solidariedade aos irmãos princesenses.

É óbvio que o problema da segurança, há muito tempo, deixou de ser um “privilégio” dos grandes centros urbanos. É óbvio que faltam policiais no interior do Estado. É óbvio que os bandidos sabem disso e aproveitam. No Brasil como um todo, a vulnerabilidade do interior atrai muito mais do que a suntuosidade das capitais.

Treze homens, armados com fuzis, e distribuídos em três carros, estariam em pior situação se estivessem em João Pessoa, porém mesmo assim teriam feito terror. Em Princesa Isabel, no entanto, se sentiram maiores do que são. Tinha polícia na cidade, tanto que só houve tiroteio em razão da abordagem policial. Mas não em quantidade suficiente para um ataque dessa magnitude.

O fato é que o nível de estrutura da bandidagem brasileira parece que estará sempre à frente da estrutura policial.

A política de descentralização da Polícia Militar e da Polícia Civil na Paraíba merece ainda mais atenção. Helicópteros também ajudariam.

Agora, não adianta chorar pelos tiros não efetuados. A competência do comando da segurança na Paraíba deve ser medida pela capacidade de se chegar aos autores do terror em Princesa. Se eles são de Pernambuco, se fugiram para o estado vizinho, o secretário de Segurança, Cláudio Lima, que tem ligação direta com o aparato de segurança pernambucano por já ter sido de lá, tem a obrigação de dar respostas aos princeses. De passear com esses vagabundos, após presos, pelas ruas da cidade pra população vê-los cabisbaixos, derrotados.

Pena que as agências bancárias no interior não disponham de câmeras externas e de equipamentos de monitoramento que contribuam para a prisão dos bandidos.

Porém o pior é a legislação penal forçar o Poder Judiciário a afrouxar a prisão daqueles que, diferentemente da maioria, vivem com um fuzil na mão, querendo pegar no grito aquilo que se consegue com suor do trabalho.

Soube do Comandante da Polícia Militar da Paraíba, Coronel Euller Chaves, que, além da equipe da inteligência, o coronel Almeida, responsável pelo comando na região, já recebeu reforços policiais, o que inclui uma turma do Bope, com sede em Patos.

Esse bando tem que ser pego em plena luz do dia, se possível, enquanto estiverem desprevenidos, despreocupados, pra sentirem o que é ter a paz violada num dia comum. 

Breve relato: Doze homens, distribuídos em três veículos, encapuzados e armados com fuzis, invadiram o Banco do Brasil e Bradesco, para realizar assaltos. Eles invadiram também duas escolas, a prefeitura e o Ministério Público. Trocaram tiros com a polícia e saíram levando três reféns de uma das agências. Um deles um policial que estava no local utilizando os serviços bancários. Na saída da cidade, na estrada, tocaram fogo em dois dos três veículos e fugiram em uma caminhonete, liberando os reféns na divisa com Pernambuco. Na hora da confusão, os moradores da cidade se trancaram em suas casas e estabelecimentos comerciais.

Luís Tôrres