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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Gabriela' acaba sem encantar como nos anos 70 Veja análise dos altos e baixos da novela


Altos e Baixos - 1 (© Divulgação TV Globo)A Gabriela de 2012 não enfeitiçou a audiência como na década de 70. Comparar o trabalho de Juliana Paes e de Sônia Braga é quase tão injusto quanto comparar a qualidade técnica do remake com o original.
Se “Gabriela” não emplacou a culpa não foi de Juliana. A atriz honrou o papel da moça ingênua do interior que exala sensualidade. Sem falar que a morena já mostrou em outros papéis que é muito mais que um rostinho bonito na TV.
Em tempos de webcam e sex tape, a sensualidade não vende mais como antes. Estão aí os números da “Playboy” que não me deixam mentir. Talvez, por isso, a antológica cena do telhado não tenha alcançado a repercussão de outrora. Até o nu, tão comentando em "O Astro", não teve o mesmo estardalhaço.

Já o público fiel às novelas, em geral senhoras que assistiram a primeira versão, não evitou comparações com a produção exibida em 1975.
Ao perceber isso, a direção – ou o autor – optou por esconder a protagonista. Só que Gabriela era a alma da história. Tanto que dá nome à obra de Jorge Amado.
O avanço tecnológico das últimas décadas e know-how da Globo em novelas engradeceu o projeto. Vide a lindíssima fotografia apresentada nos primeiros capítulos. O capricho da direção com as sequências do Bataclan - seu sucesso entre os telespectadores - é uma prova de que uma novela é feita de detalhes.
Se tivesse atualizado toda a obra, como fez com “O Astro”, talvez “Gabriela” tivesse emplacado. Se não é para recriar uma obra de sucesso em todos os seus aspectos, melhor reprisá-la no “Vale a Pena Ver de Novo”.
Como a Globo não permite que os clássico do seu acervo sejam exibidos à tarde por conta do tal padrão de qualidade, foi válido para a nova geração ter acesso a obra de Amado na TV aberta cujo elenco defendeu seus personagens com unhas dentes. 
Apesar de uma trama bem costurada, com um elenco coeso e boas surpresas, o projeto assinado por Walcyr Carrasco não emocionou. Foi correto, apenas.

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