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sábado, 1 de setembro de 2012

Brasil produz mais hortaliça adotando práticas com mais ciência e tecnologia


  Embora a produção e a produtividade tenham aumentado, no Brasil, a área destinada ao cultivo de hortaliças teve uma elevação de apenas 4%, o que demonstra, segundo o pesquisador, que ciência e tecnologia da Embrapa e do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária foram os insumos fundamentais para o alcance destes percentuais.
 O emprego de ciência e tecnologia são as responsáveis pelo aumento de 68% na produção brasileira de hortaliças e de 62% na produtividade nos últimos 10 anos. A afirmação é do chefe-geral da Embrapa Hortaliças (Brasília -DF), Celso Moretti. Moretti apresentou um panorama do mercado de hortaliças atual e perspectivas futuras, empregos das hortaliças na área de cosméticos e da saúde, os benefícios e as tendências de mercado.
O mercado de hortaliças é altamente segmentado e diversificado com a produção concentrada em cinco espécies – batata, tomate, cebola, cenoura e melancia, sendo que o setor de agricultura familiar é responsável por 75% da produção. No Brasil, a área produzida é de 800 mil hectares, com uma produção de 19,3 milhões de toneladas e uma produtividade de 24 toneladas por hectares. O mercado de hortaliças gerou 7,3 milhões de empregos diretos e indiretos, em 2010. De acordo com dados do IBGE, de 2003, o consumo médio de hortaliças é de 30 kg por habitante ao ano.
Das oito hortaliças mais importantes – batata, alho, melancia, batata doce, tomate, cenoura, melão e cebola – o alho vem tendo queda no mercado, devido à concorrência chinesa. Nos últimos 10 anos, o pesquisador disse que a área plantada foi reduzida de 15 mil hectares para cerca de 9 mil.
Com a adoção de tecnologias o mercado de hortaliças vem se expandindo em novas fronteiras agrícolas dentro e fora do país e também com aplicação em outras áreas como a médica e a de cosmético. Moretti afirmou que se tem trabalhado com compostos bioativos e estudos in vitro e in vivo com foco no colesterol, infarto agudo do miocárdio, estresses oxidativos, hipertensão arterial, desenvolvimento de biocosméticos e diabetes tipo 2.
Para este último caso, o pesquisador lembrou que os estudos estão em fase bem adiantada e que, possivelmente, em dois anos o produto estará no mercado. As pesquisas foram realizadas com uma abóbora, chamada gila, e nela os cientistas encontraram uma substância que pode ser grande aliada no tratamento dos pacientes com diabetes.
Entre os desafios apontados por ele para o mercado atual e futuro de hortaliças estão o incremento das ações de estímulo ao consumo, desenvolvimento de variedades e híbridos para os trópicos, melhoramento genético com foco na qualidade – aspectos nutricionais e conservação pós-colheita -, redução de perdas pós-colheita e transferência de tecnologia.

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