Uso indiscriminado de vitaminas traz riscos à saúde

Com as pessoas cada vez mais atribuladas com o tempo e se alimentando cada vez pior, a necessidade de reposição energética se faz necessária. Só que a ingestão de vitaminas (na maioria das vezes em cápsulas) sem o acompanhamento médico não é um luxo ou excesso de preciosismo, muito pelo contrário. O uso indiscriminado desses complexos vitamínicos traz muitos riscos para a saúde.

É o que confirma o nutrólogo mineiro André Rodrigues de Senna. Segundo o especialista, membro da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), a toxicidade por uma vitamina pode ter alguns efeitos no organismo, como prurido, urticária, palpitação, dores musculares, irritabilidade, doenças hepáticas, irritação gástrica, dores de cabeça, formação de cálculos renais e até mesmo infarto agudo do miocárdio.

Ele diz que o conceito “tomar vitamina não faz mal” é pra lá de equivocado. “Cada vitamina tem uma particularidade, uma função e uma dosagem diária recomendada (DDR). A administração abaixo dessa quantidade determinada não irá suprir a necessidade do paciente. E tomando uma dosagem acima da recomendada poderá levar a sintomas colaterais e efeitos graves, muitas vezes irreversíveis à saúde do indivíduo”, alerta.

Por esse motivo, o nutrólogo reforça que tais complexos vitamínicos devem ser prescritos com acompanhamento médico e somente quando necessários. Atualmente é reconhecido que os seres humanos necessitam de 13 vitaminas diferentes, sendo que o nosso corpo só consegue produzir vitamina D. O médico conta uma curiosidade do batismo dessas substâncias.

“Antigamente, não era possível denominar cientificamente uma vitamina. Por isso, decidiu-se dar a uma letra a cada. Chegaram a ir de A a U (pulando o jota). Algumas, todavia, mudaram a identificação, como a B, que virou um complexo vitamínico, ou a M (B9 ou ácido fólico)”, conta.