O estudo desenvolvido pelos pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiros foi estimulado diante do crescente número de casos de contaminação dos solos por metais pesados que tem afetado a produtividade das culturas agrícolas, além de representar risco iminente aos alimentos. “Isso ocorre porque alguns destes contaminantes, tais como o Cádmio, são muito parecidos com micronutrientes, sendo assim absorvidos com mais facilidade pelas plantas”, lembra o engenheiro agrônomo Fernando Angelo Piotto. O pesquisador trabalha agora para selecionar cultivares de tomateiro tolerantes ao metal pesado Cádmio, com objetivo de entender melhor as alterações genéticas, fisiológicas e bioquímicas destas plantas.
No Laboratório de Genética Bioquímica de Plantas, além de Fernando Piotto outros pesquisadores orientados pelo professor Ricardo Antunes de Azevedo, do Departamento de Genética (LGN), vem trabalhando com diversos aspectos relativos ao impacto dos metais pesados em plantas cultivadas. “Nosso germoplasma possui mais 300 acessos de tomateiro, com cultivares vindas de várias partes do mundo, além de várias espécies selvagens relacionadas ao tomateiro”, conta Piotto, que utilizou a variabilidade genética existente entre estes tomateiros para selecionar plantas mais tolerantes.
De acordo com o estudo, que contou com apoio da Fapesp, CNPq e Capes, uma vez obtidas cultivares de tomateiro tolerantes ao Cádmio, estas plantas podem ser usadas para o cultivo em áreas antes impróprias para a agricultura. “Além disso, se o tipo de tolerância encontrada impedir que metal seja translocado para os frutos, teremos um alimento livre de contaminantes, o que é uma vantagem mesmo para áreas onde tais contaminações são reduzidas”, conclui Piotto.
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