O Vaticano, com apoio de delegações de países árabes, insiste em enfraquecer os parágrafos do documento final da Rio+20 que falam em direitos femininos e reprodutivos.
Segundo organizações feministas que acompanham as negociações, os representantes da Santa Sé, que têm status de observadora na ONU, pediram que sejam retiradas do parágrafo 16 as referências à Declaração de Pequim, aprovada na conferência sobre mulheres de 1995, e à Plataforma de Ação aprovada depois no Cairo.
Esses dois textos reafirmam direitos das mulheres sobre sua vida reprodutiva e lhes garantem acesso a métodos de planejamento familiar.
A pressão do Vaticano, apoiada por parte do G77 (grupo de países em desenvolvimento), já vinha desde o início da negociação do texto final da Rio+20. Em vários parágrafos, havia a marcação de pedidos de "apagar" feito pela Santa Sé.
No entanto, essa pressão não havia sido levada em conta pelos coordenadores brasileiros da Rio+20 quando apresentaram o último rascunho do documento, no sábado (17).
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