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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ARTIGO: Campanha da Fraternidade e o nosso papel enquanto sociedade


Campanha da Fraternidade 2012Nesta quarta-feira (22) inicia-se a 49ª Campanha da Fraternidade, promovida pela CNBB. Com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8); a CF de 2012 tentará refletir o cenário da saúde no Brasil, conscientizando o Governo da precarização de condições dos hospitais e mobilizando a sociedade civil para reivindicar melhorias. Vale lembrar que ela acontece numa época ímpar para nós católicos, que é o tempo da quaresma, onde a liturgia nos convida a um tempo de jejum e conversão. Somos chamados a orar e refletir, nos preparando para a Páscoa, com atitudes concretas que nos levem a sermos imagem e semelhança de Cristo e assim nos preocupar com o outro.

A Campanha da Fraternidade, conhecida nacional e internacionalmente, nos apresenta um tema complexo e que é apontado como um dos maiores problemas dos gestores públicos. Sabe-se que “Saúde Pública” não envolve apenas a rede de atenção básica ou mesmo as ações hospitalares, têm por trás uma gama de ações pontuais e de profilaxia, responsáveis por salvar milhares de vidas, desde o pré-natal até o saneamento básico. Ao tempo que é um dos maiores ralos por onde passam o dinheiro público, desviado por maus gestores, criminosos que se locupletam todos os dia. Basta que busquemos em nossa memória e nos lembraremos do superfaturamento de medicamentos e ambulâncias, equipamentos que nunca funcionaram, saneamento e outras ações sanitárias que só existem no papel.

A CPMF, que serviria para resolver o problema do desfinanciamento do SUS e não resolveu, sabe-se, no entanto, o quanto o governo lamentou sua não prorrogação. A FUNASA daria mais agilidade na execução dos programas governamentais e até hoje o que vimos? Mas não temos só ações em vão, o TCE-PB, instituiu na Paraíba o programa VOCE – Voluntários do Controle Externo, que visava um compromisso com a eficácia do serviço de saúde, a idéia central foi treinar pessoas da terceira idade para responder a um questionário e assim avaliar as ações de saúde básica e munir as auditorias de informações, quando das suas diligências, deu certo, porém não atingiu o estado todo.

Diante de tais fatos, espero que este tempo de quaresma, nos leve a refletir sobre “Fraternidade e Saúde Pública”, temas tão importantes para nossa sociedade e principalmente provoque um desenvolvimento social capaz de nos fazer crescer, visto que estamos em ano eleitoral e tais práticas não podem ser mais admitidas no âmbito público, sendo nossa melhor resposta um não nas urnas a tais políticos que usam destas práticas nos dias atuais.

Por João Marcelo Alves Macêdo**Professor e pesquisador da UFPB, líder do GAPCIC/UFPB/CNPq e vice-chefe do DCSA/CCAE/UFPB

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