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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Atirador disse ter HIV em carta achada em escola do Rio, diz subprefeito Read more


Wellington Menezes de Oliveira, homem que atirou contra escola municipal Tasso de Oliveira, em Realengo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Wellington Menezes de Oliveira, homem que atirou
contra alunos na escola municipal Tasso da Silveira,
em Realengo (Foto: Reprodução/TV Globo)

O subprefeito da Zona Oeste, Edmar Peixoto, afirmou nesta quinta-feira (7) que o homem que abriu fogo em uma escola em Realengo, na Zona Oeste do Rio, identificado pela polícia como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, deixou uma carta em que contava ser portador do vírus HIV. Segundo a Polícia Militar, ele era ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira.De acordo com o coronel Djalma Beltrami, a carta de Wellington tinha inscrições complicadas. “Ele tinha a determinação de se suicidar depois da tragédia”, contou Beltrami. A carta foi entregue a agentes da Divisão de Homicídios.


Conhecido na escola por ser ex-aluno, ele teria entrado sob alegação de que iria fazer uma palestra. Segundo a polícia ele usou dois revólveres, que chegou a recarregar várias vezes.


Mortos e feridos
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, 11 pessoas morreram e 18 ficaram feridas. O relações públicas da Polícia Militar, coronel Ibis Pereira, confirmou que o atirador morreu. Não se sabe ainda se o suspeito está neste número de mortos.
Segundo ele, uma guarnição do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV) teria sido chamada ao local e trocou tiros com o suspeito. Após ser atingido, segundo o RP nda PM, o homem se matou.


CARTA  DO MATADOR 

 carta deixada por Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, que invadiu na manhã desta quinta-feira (7) a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, e atirou nos alunos, matando dez meninas e um menino. Outros 13 estudantes ficaram feridos.Na carta, Wellington diz ter deixado uma casa no bairro de Sepetiba, na zona oeste carioca, e que gostaria que o espaço fosse usado por instituições que protegem os animais.


Confira a íntegra da carta.

“Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão, os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão. Se possível, quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu. Preciso de visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida eterna.”
"Eu deixei uma casa em Sepetiba da qual nenhum familiar precisa, existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço onde eu passei meus últimos meses seja doado a uma dessas instituições, pois os animais são seres muito desprezados e precisam muito mais de proteção e carinho do que os seres humanos que possuem a vantagem de poder se comunicar, trabalhar para se alimentarem, por isso, os que se apropriarem de minha casa, eu peço por favor que tenham bom senso e cumpram o meu pedido, por cumprindo o meu pedido, automaticamente estarão cumprindo a vontade dos pais que desejavam passar esse imóvel para meu nome e todos sabem disso, senão cumprirem meu pedido, automaticamente estarão desrespeitando a vontade dos pais, o que prova que vocês não tem nenhuma consideração pelos nossos pais que já dormem, eu acredito que todos vocês tenham alguma consideração pelos nossos pais, provem isso fazendo o que eu pedi."



O bilhete é assinado pelo próprio Wellington no final e, segundo a polícia, a carta foi achada na mesa de uma professora.

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