Especialistas esclarecem reações provocadas por vacina da Gripe A

Desde que os órgãos públicos de Saúde iniciaram a campanha de vacinação contra o vírus Influenza A (H1N1), é comum ouvir comentários sobre as reações causadas pela vacina, especialmente queixas de dores locais e febre. Para esclarecer as dúvidas dos internautas, o Paraíba1 conversou com especialistas no assunto, o coordenador de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a médica infectologista Helena Germóglio.

De acordo com Walter Albuquerque, a estimativa é de que 10% da população imunizada apresente vermelhidão, enrijecimento local e febre em cerca de 24 horas após receber a dose da vacina. As reações, segundo ele, cessam em, no máximo, 48 horas. Ele considerou que os sintomas são normais e surgem em qualquer tipo de vacina contra a gripe, inclusive nos casos de vírus sazonais.

A infectologista Helena Germóglio explicou que os pequenos riscos de reações são válidos diante do benefício da vacina e alerta à população para não ter medo de se vacinar por conta de uma possível reação. "Toda vacina pode ter reação e a da gripe A também, o que sabemos é que a prevenção é importante porque os casos que têm surgido são graves e o melhor é prevenir", cocluiu a médica.

Os sintomas

Foi o que aconteceu com a publicitária Camilla Coriolano, que recebeu a dose ao meio-dia do sábado (10) e, na mesma hora, sentiu o braço dolorido. No final da tarde, ela passou a sentir fadiga, muita dor de cabeça e febre. “Acordei no domingo sentido como se tivesse sido atropelada por um caminhão, mas os sintomas desapareceram exatamente 24 horas depois de surgirem”, explicou.

Tendo em vista sua experiência pessoal, Camilla aconselhou às pessoas que procurem a vacina quando tiverem disponibilidade de descansar, caso sejam acometidas pelas reações.

Como funciona a vacina

Para entender porque a reação acontece, Walter explica que a vacina contém partículas do vírus H1N1. Quando a injeção é aplicada no braço do paciente, é provocada uma infecção controlada naquele local para que o organismo reconheça o agente externo que está sendo introduzido. Assim, o sistema imunológico vai tentar se defender criando anticorpos.

“É um processo natural de defesa do organismo em relação a qualquer substância que invada seu sistema”, explica o coordenador de Imunização. Assim, quando o paciente tiver contato com o vírus real, seu sistema imunológico o reconhecerá e estará pronto para combater a infecção.

315 mil imunizados na PB

O último balanço da Secretaria Estadual de Saúde revela que 315 mil pessoas foram vacinadas desde o início da campanha em toda a Paraíba no dia 8 de março deste ano. Como há uma grande concentração da população sendo vacinada, aquele percentual de 10% que sofrem reações se torna mais evidente.

“É uma reação normal e esperada, só que em quantidade proporcional ao grande número de cidadãos que estão sendo vacinados”, comentou Walter Albuquerque.

Mitos e boatos na internet

Porém, enquanto estes fatores não são esclarecidos, os boatos e as teorias de conspiração com relação à eficácia da vacina H1N1 tomam conta da internet e se tornam um empecilho para a confiança da população. “Tudo não passa de um mito. No mundo inteiro, mais de 400 milhões de pessoas foram imunizadas, mas ainda não surgiu nenhum caso grave de doença por conta desta vacina que utilizamos no Brasil”, complementou Walter.

Calendário de imunização

A campanha de vacinação gratuita não vai durar o ano inteiro. De acordo com o calendário, a população tem até o dia 21 de maio para participar. Na Paraíba, todos os grupos prioritários estão liberados para receber a dose, independente da programação nacional, em qualquer unidade de saúde pública.

A partir desta segunda-feira (12), a vacina começa a ser distribuída para as clínicas particulares, devendo custar entre R$ 80 e R$ 120, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização.