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quarta-feira, 31 de março de 2010

GOE interroga sequestradores que fizeram cinco reféns por 7 horas


Estão detidos na sede da Secretaria de Segurança Pública Estadual, em Mangabeira, os dois homens acusados de manter reféns familiares e a empregada doméstica de um empresário do setor da Construção Civil em João Pessoa. Eles se entregaram e libertaram as vítimas por volta das 2h desta quarta-feira (31), após 7 horas de negociações com a polícia.
Os criminosos identificados como Francis e Leandro são foragidos da Justiça do Rio de Janeiro, onde já cumpriram pena em presídios. Eles foram autuados na delegacia do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, e deverão responder pelo crime em João Pessoa, onde praticaram o delito, mas podem ser recambiados para o Rio de Janeiro caso haja uma solicitação da Justiça. Com os sequestradores, foram apreendidas três pistolas.
Os acusados são interrogados pelo delegado Wagner Dorta, do GOE. A família vítima do sequestro também foi à Secretaria de Segurança para prestar depoimento. Cada uma das reféns falou em detalhes a experiência.
O capitão Lábis, comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, falou ao vivo no Comunidade 101, dá rádio 101 FM, e deu detalhes sobre o comportamento dos dois bandidos durante as negociações. Ele disse se tratar de duas pessoas bem instruídas, que se comunicavam bem com a polícia e deixavam claro tudo o que queriam.
“Eles sabiam exigir seus direitos e checavam tudo na internet, dentro do apartamento dos reféns, para se certificar que receberiam a proteção adequada caso se entregassem”, explicou o capitão.
Para a polícia, eles demonstraram ter experiência em situações como essa ao pedir o acompanhamento de um representante dos Direitos Humanos.
Como aconteceu
De acordo com o tenente Fernandes, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, explicou que tudo começou quando Elizete Maia saía de uma padaria no bairro de Manaíra, pouco antes das 19h da terça-feira (30). Ela é esposa do empresário Herbert Maia, diretor da Construtora Hema, e ele seria o verdadeiro alvo da ação.
Dominando a mulher, a dupla seguiu para o apartamento da família no edifício Varandas do Atlântico, onde também fizeram reféns duas filhas do casal, uma nora e uma empregada doméstica.
O porteiro do edifício percebeu que a moradora chegava de carro com dois homens desconhecidos, desconfiou da atitude e acionou a Polícia Militar, que enviou uma equipe de primeiras repostas.
O grupo entrou em confronto com os sequestradores, que conseguiram atingir com um tiro o soldado Joelton Ribeiro Carneiro, de 23 anos. Ele foi submetido a uma cirurgia e corre risco de ficar paraplégico.
Os bandidos só se renderam após 7 horas de negociações, tendo todas as suas exigências atendidas na companhia do advogado Edgley Bezerra (foto), solicitado por eles para garantir proteção de vida, e do advogado Genival Veloso, representante dos direitos humanos designado pela OAB.


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